sábado, 22 de outubro de 2011

Me aquece, me inflama

Que essa poesia que hoje tenho viva nunca me falte.



Sentada no canto da sala, lia seus textos de acalentar a alma. No conjunto ouvia veneno sem pausa se quer pra respirar. Do meu lado todas as cartas que meu amado já escreveu, do oposto todos os seus outros livros lidos e relidos. Poesia lírica espalhada pela casa inteira, coração cantando vitrines e em meio o corpo ia se despindo todo por inteiro. Chorava se ouvia sentimental, sem nenhum pudor. Com a ponta do batom rabiscava sua literatura viva no meu espelho; Retrato em branco e preto. Pra incomodar a vizinhança ouvia vermelho sem me cansar. Escândalo nunca faltou na vitrola, repetia dezenas de vezes o disco só se for a dois. Sua poesia irônica escarrava nas noites de frio e nos bares da cidade dançava feito louca suas juras de madrugada. 


'' Quero minha vida estampada nos outdoors da Rua Augusta.
E essa minha musica assim falada, entrelaçada em teus ouvidos.''


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