quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Dói, dói até o respirar


                          '' Se me lembro do mar, me vem teu nome.''       



Me calei, engoli o choro e forcei um sorriso quase desesperador. Vi o barulho da noite amanhecer agarrada comigo. Aumentei o ruido do som, queria não ouvir aquele grito-impossível.

Era um pranto e repetia: ‘’Dói, dói até o respirar. ‘’ Se olhou no espelho cara amassada, maquiagem borrada, reparou no lado esquerdo faltava você mania de todas as minhas horas. Faltava e iria continuar faltando, havia indo embora e não deixou de lembrança nem o velho adeus.

Da janela do sétimo andar o cheiro do seu cabelo ainda me enlouquecia. Talvez o esquecimento jamais me venha e você fique em mim feito amor que nunca sara.

Te amei por um tempo infinito. Guarde isso.



terça-feira, 23 de agosto de 2011

Não me desperte



                                                          Clara-Parte II

‘’ Senta aqui do meu lado, faz um frio por dentro que só você aquece. ‘’

Foram as primeiras palavras de Clara. Ela havia o conhecido  naquela noite, mais seu olhar era forte demais pra deixar que escapasse entre os dedos. Passaram a noite inteira rodopiando pelo salão, naquele momento todo o buraco que se escondia dentro do seu peito  havia sido preenchido por aquele cara  desconhecido. Não sabia seu nome muito menos endereço ou qualquer coisa que pudesse te ligar a ele, nada mais que o beijo de despedida que lhe foi dado e que ela nunca mais esqueceu.

Entrou em casa de cabeça erguida pela porta da frente como a tempos não fazia. Deu um sorriso de leve e até cantou. Esqueceu o que era magoa e só naquele noite percebeu como o céu ainda brilhava.

I 


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Passado ligado



 
Tudo cheirava a passado e até a vodca tinha o gosto azedo do teu beijo.

O telefone tocou as duas da madrugada e eu já sabia quem seria do outro lado da linha, hesitei em levantar da cama deixei que tocasse duas, cinco dez vezes. Talvez o passado achasse que eu estivesse em um sono profundo ou então que eu estivesse naquele exato dia decidido passar a noite nas ruas, dedicando meus versos sujos aos bares da cidade. Mas o telefone não parou, não parava. Decidir atender e acabar de vez com esse laço entre o pesadelo e a realidade.

- (Silêncio)
  
Atende e só conseguir ouvir uma respiração rápida demais e mais nada. Tentei voltar a dormir não conseguir. Aquela ligação tinha me despertado de todos os sonos, enquanto aquele telefone não tocasse de novo não conseguiria dormir e eu sabia que ele tocaria. E tocou.

- (Silêncio)
- Desculpe-me á hora é que meu coração demorou pra acorda. Um mês e meio sem você e já estou pensando até em suicídio. Ando com o corpo todo congelado pela falta do teu. Por favor, peço que não demore a regressar. Eu virei alguém que eu não reconheço sem você. Perdoe as minhas falhas, reescrevas as minhas cartas, retome o nosso amor.
- (...)

Não disse nada nos poucos minutos que a ligação levou, desliguei o telefone antes mesmo que aquele passado se despedisse. Meu peito ainda andava muito amargurado e acredito que nunca perdoaria nada, nem o mínimo. O ridículo de toda situação é que ainda nutria algo, porque aquelas palavras me fizeram fraquejar por um instante. Desliguei, mais tinha tanto o que dizer. E foi melhor assim, precisava arranjar um jeito de cuspir esse sentimento.

Não podia mais continuar, naquela casa. O quarto me lembrava algo que precisava esquecer e os moveis ainda tinha um sorriso meio tosco. Decidir mudar de cidade e até os discos prediletos joguei fora. Só não conseguir mudar de coração, tirar o gosto de saudade adormecida que ele deixava na boca. 

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Pra guarda o meu querer

 Foto: Carolina Pereira
Ouça: Creep

Seu signo de leão não fazia par com o meu, ainda assim eu ousava em te querer. Atropelou-me feito veiculo sem freio esse gosto de coisa fugaz. Talvez fosse só fantasia de estação que dá em um mês e no outro passa. Talvez fosse e eu não queria que fosse – só desejo.

 Possuía gostos que me atraiam, outros eu admirava. Fotografia era o seu predileto e o tom preferido era o azul escuro se não me falha a memória; Queria poder estar por dentro e por fora de você; Mais era dificil demais de se deixar tocar.

Toda a madrugada pensava em te ligar, só pra dizer que havia ganhando meu dia inteiro só lembrando seu nome. Pensava também em pegar um táxi ir até o seu apartamento só pra ficar te olhando sem dizer uma palavra, digo olhar pra sentir aquele êxtase que seus olhos causavam. Sua beleza era daquelas de tirar o fôlego.


'' Sem esforço, cantou um canto novo e me encantou.''

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Inverno amar.go

'' E ainda com seu nome atrevessado na garganta, ardia de amores. ''
A despedida foi à tortura daquele inverno. Seus olhos pareciam me pedir socorro, meu corpo gritava pelo teu e eu tirando forças por dentre outras não sei de onde para exitar – não chamei teu nome. Sentir o nosso ultimo abraço como se tivessem arrancado algo de mim. Coração escancarado agonizava, pedia teu beijo, teu sorriso, tua canção. Mas não olhei pra trás, fui embora. Bêbada de lagrimas, peito descompassado, rasgado com uma imensa dor que ninguém curava. Tinha perdido aquele cara e sentia como se o ar tivesse me faltado. Uma espécie de buraco se alojou dentro do peito, ter dito adeus aquele amor era como um suicídio lento, havia me perdido. Seria talvez a certeza de que nunca mais conseguiria sorrir igual sem olhar aquela cara amarrada, o jeito meio bruto de me amar e o perfume do teu cabelo que sempre vem me acompanhar. Fiquei ali olhando a escuridão da lua e decidir entrar no mar, tomar um banho por dentro pra nunca mais voltar. Naquele momento foi a minha única fuga, não que o amor não tenha sido suficiente. Ele foi além e adormecera comigo.

Guardarei os bilhetes da mesa do bar e os beijos com gosto de café.
Eu fui sua, eu sou sua, serei eterna, serei eternamente tua.