domingo, 13 de novembro de 2011

Seu amor cortês

                                 Clara e Márcio Parte IV - (des)encontros

Perdidos naquela livraria deserta de amor, seus olhares se beijaram. Sem trocar mais nenhuma promessa, seus corpos se entregavam em meio a tantos versos, suspiravam uma saudade quase esquecida pra cidade inteira ouvir.

(...)

- Você é de touro?

- Sou de Vênus. E você de Júpiter?

-Sou de leão;

- É o meu inferno astral;

- E só por isso te quero ainda mais.

Foram ás últimas palavras que disseram antes de deixar que aquela paixão inacabada de novembro ardesse feito brasa dentro deles.

Clara se mudou durante noites para a casa de Marcio. Ficavam horas preso um ao outro tentando apagar um passado cheio de magoas. Descobriram juntos cada detalhe mais ambíguo um do outro. E não cessavam de se ter, a cada nova madrugava o desejo os possuía ainda mais feroz. Pedindo, implorando entre beijos e sussurros para aquela eternidade permanecer ali.

Eram o avesso um do outro (...)

Só que em meio á tantos desencontros, Clara havia se tornado uma mulher dura demais para se deixar ser tocada outra vez. Foi embora deixando um bilhete escrito com as letras todas tremulas no verso de um disco de vinil.


‘’ Deixo-te apenas, minha lembrança viva impregnada em teu corpo por inteiro;
E te levo feito filme sem reprise, preso em minha mente. ‘’
                                                                         
                                                                                  Cem carinho, cem saudade;
                                                                                                      Ana Clara.

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