domingo, 15 de abril de 2012

Carta 101

                                ''O remetente do mês é saudade. ''


Aqui do outro lado da linha ainda consigo ouvir tua voz.  Quando meio branda me recitava canções de amor.  No meu armário, cheio de cartas tua meio amareladas; Que por conta da falha do tempo nunca conseguiu chegar aí, em tuas vistas. Sei que quis ser lembrança, fugir milhões de vezes.  Mas te peço que perdoe meu antigo jeito frio e apague o meu velho medo de ser só coração. Sei que gritava te odiar, jurando jamais sentir saudade desse teu sorriso. É que só assim mesmo meio errada, e as vezes virada do avesso. Loucura na real, conhece cara a cara depois que perde você. E hoje ando feito louca rodando os campos da cidade onde te beijava, vasculhando os bares da avenida onde me encantava. Só pra ver se te acho e te trago de volta pra mim.


 Juro que volto a te encontrar e não me deixo fugir de ti jamais.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O lado oposto do abandono

                                                                  Márcio Parte V - Meio morto de saudade.


Passou o dia inteiro depois da fuga de Clara, preso aquele apartamento. Ela era sua referência naquela cidade, e sem a tua mão entrelaçada a dele não teria porque decidir seguir.

Ficava ali, embaraçado nas suas lembranças, agarrado aquele resto de bilhete amassado, contaminado por aquela doença que era o amor.

Carregava no peito um sentimento tão novo, quanto sua angustia descompassada. Sentia um gosto de perda na boca que nenhuma vodka tirava, e aquela sensação de algo se esvaindo entre os dedos nunca cessava.

Era ainda madrugada e ele decidiu sair pra ir atrás dessa sua loucura. Precisava desesperadamente da sua amante amada, mas precisava agora com urgência máxima.  

                                                                                 '' Ele parecia dopado de amor. ''

Parte I - Clara
Parte II - Não me desperte
Parte III - Sorri-so morto
Pate IV - Seu amor cortês