domingo, 24 de julho de 2011

Clara


                                            '' Meu partido é um coração partido. ''


Era fim de julho e estava tudo sagrando por dentro do peito de Clara. Era tão nova e já tão sofrida, tinha na faixa de seus vinte anos e não sabia mais o que fazer com seu coração, calejado e machucado. Dormia o dia inteiro pra não lembrar o estrago que estava sua vida, seu vicio era os bares. Cigarro, vodca e uma agenda velha do lado pra depositar todas aquelas suas magoas acumuladas. Ela só queria matar o mundo, tinha muita coisa dentro dela que não saia. Pressa a uma vida que não queria que fosse sua, sempre chorava. Tinha gente que até achava que fosse louca, ela até que tentava ficar meio doida, talvez se a loucura te possuísse ela não lembraria o passado e começaria a aprender como se sorrir. Sua beleza ninguém sabe pra onde foi, ela não se embonitava mais e todos os espelhos da sua casa havia quebrado, dizia que a imagem refletida não era ela e sim uma coisa meio turva irreconhecível de se ver. Era difícil, talvez o que Clara precisasse mesmo fosse de uma força maior do que qualquer outra, para lhe fazer sair desse buraco fundo onde ela se jogou.


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